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O negro sempre sai perdendo

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Quantas vezes já usamos a expressão “é foda” quando não sabemos exatamente o que dizer? Soltamos um “é foda” e fica tudo resolvido. Isso vale pra qualquer situação. O constrangimento do não saber o que falar é rapidamente mascarado pela expressãozinha que é ideal pra qualquer assunto. Pode ser a falta de gente interessante no mercado, a crise da bolsa de valores, a regularidade em torno na Educação Infantil, o debate eleitoral dos presidenciáveis... Por falar em política, saiu uma nota na Revista Veja em que uma “DJ branca”, Lili Prohmann, que estava tocando Ivone Lara numa boate do Rio de Janeiro foi agredida por uma frequentadora negra do espaço. Não é de hoje que postumamente a cantora vem sendo metida em polêmicas. Recentemente, a atriz, negra, Fabiana Cozza, aprovada na seleção para representar a sambista no musical “Dona Ivone Lara – Um Sorriso Negro”, se sentiu obrigada a recusar a personagem após ser pressionada pela opinião pública que a julgou branca demais para o papel

Uma Diva para chamar de Nossa

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Nunca me senti à vontade para debater temas ligados ao cenário musical do universo LGBT. Sempre que numa roda de amigos ou mesmo num grupo de whatssap alguém comenta efusivamente a respeito do lançamento de um single ou de uma perfomance num festival premiado, aquilo me soa tão distante quanto o universo dos campeonatos de MMA ou das exportações dos commodities agrícolas. Arrisco um ou outro comentário para não parecer um E.T. no meio da terra prometida, ou simplesmente alguém bastante desinformado, mas o fato é que guardo muito pouco no meu hd interno referências da cena pop ocidental, sobretudo a norte-americana.  Talvez o idioma seja um grande impedimento, pois nunca me interessei pela língua inglesa e por todos aqueles versos de dificílima pronúncia que para mim sempre soaram como braile. Mas é verdade também que diferentemente dos meus amigos eu não fui educado pela extinta MTV. Não cresci absorvendo nada da cultura pop dos anos 90 nem acompanhei a consolidação do moviment

Onde estão as pessoas interessantes?

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Roubei o tema de uma crônica de Tati Bernardi em que ela constatava que as pessoas interessantes (como ela, como eu e você) estavam trancafiadas em suas casas, entediadas pela mesmice e pelo vazio da vida social sobretudo noturna. Eu gosto da sua queixa, acho que ela cai bem, mas discordo que (sic) quanto mais interessante for a pessoa, menor a chance de vê-la por aí. Acredito que haja mais pessoas interessantes do que se imagina. Nos inferninhos mais charmosos da cidade, nos corredores da firma, da universidade, na praia.  Nos julgamos pessoas sensíveis e bem elaboradas e no entanto a nossa sensibilidade é incapaz de reparar as pessoas à nossa volta. Nós estamos sempre atentos a nós mesmos. Ao longo da noite o look não pode desmontar, a coreografia tem ser impecável, o nível alcoólico precisa ser controlado e os olhares e risinhos têm que ser discretos. Se é pra encher a cara, tem que ser aquele porre como se não houvesse amanhã, daqueles que nos levam ao nível mais p